segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Júlio de Melo Fogaça Júlio de Melo Fogaça by Adelino Cunha

Júlio de Melo FogaçaJúlio de Melo Fogaça by Adelino Cunha
My rating: 2 of 5 stars

Júlio Fogaça, filho de uma família rural abastada, chegou a ser durante alguns anos um dos principais dirigentes do Partido Comunista Português na clandestinidade, no período da ditadura de Salazar. Esteve preso várias vezes, tendo sido desterrado para o Tarrafal. A sua vida política terminou quando foi preso pela PIDE (a polícia política) uma última vez, em 1960, na Nazaré, onde se tinha deslocado com o seu namorado.

A tarefa de escrever a biografia de um dirigente homossexual do PCP na clandestinidade não pode ser fácil. E a vida de Júlio Fogaça foi atribulada, cruzando a história de um partido revolucionário em tempos de ditadura, quase desde a sua fundação, passando pelo pós-guerra de onde a União Soviética saiu triunfante, até à revolução de abril e à democracia. As raízes de Fogaça na burguesia rural, a sua prisão na colónia penal do Tarrafal, que foi "inaugurar", a sua ascensão e queda como dirigente do partido, aparentemente em confronto com Álvaro Cunhal, a questão da sua homossexualidade, não aceite na sociedade portuguesa à época e, talvez, também no interior do PCP, tudo fazem com que uma biografia de Fogaça possa transformar-se num livro interessantíssimo.

Mas neste livro há tantas incoerências, tantas interrogações, quando procuramos respostas, tanta especulação misturada com factos, tanta prosa e figuras de estilo desconcertantes, tanta repetição do que já estava dito, que acabamos frustrados com a leitura e com mais dúvidas do que certezas. É, infelizmente, uma oportunidade perdida de contar a vida de um homem corajoso e marcante.

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As Cidades Invisíveis by Italo Calvino

As Cidades InvisíveisAs Cidades Invisíveis by Italo Calvino
My rating: 3 of 5 stars

A descrição de um conjunto de cidades imaginadas, numa conversa entre Kublai Khan e Marco Polo. As cidades são símbolos ou metáforas. A linguagem é bela e poética. Mas, para mim, resultou monótono e aborrecido.

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