quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Olá Mundo Cruel! by Kate Bornstein

Olá Mundo Cruel! Olá Mundo Cruel! by Kate Bornstein
My rating: 4 of 5 stars

Kate Bornstein era um menino que não se sentia bem como menino e queria ser uma menina. Foi vítima de bullying e pensou suicidar-se várias vezes. Quando cresceu e conseguiu transformar-se em mulher, descobriu que também não estava bem como mulher! E passou a experimentar outras identidades e nenhuma. Hoje tenta explicar a sua sexualidade com a expressão "femme sadomasoquista submiss@", mas afirma que isso não é importante, e que vai mudando de identidade como quem muda de roupa, de acordo com as suas necessidades e humores.

O seu livro é simultaneamente um hino à liberdade de expressão ("o maior bem da vida, todo o propósito da liberdade e talvez aquilo que todos os seres humanos do planeta têm em comum é, sem dúvida, a busca da felicidade [...] Quem é que tem o direito de decidir qual o tipo de felicidade que está correcto?") e uma celebração da diferença ("Experimentas algo melhor e ficas a querer mais. Não há nada de errado nisso. Porra, não há nada melhor!").

Quando o que está em causa é uma infelicidade tão grande que pode levar ao suicídio, qualquer comportamento é válido, diz Kate Bornstein, desde que não se seja "mauzinh@" para os outros. E isso inclui permitir-se ser sexy contra os tabus da sociedade e da Igreja, mostrar-se tal como se é ou fingir-se de louc@, pedir ajuda ou fugir e esconder-se, brincar com a morte ou passar fome, mentir ou falar verdade, experimentar drogas...

Sim, entrámos no mundo do relativo, muito longe dos critérios absolutos e binários do é bom ou é mau, é rapaz ou rapariga, és nosso amigo ou nosso inimigo", o mundo do "ou isto ou aquilo". "Imagina um mundo onde qualquer pessoa pudesse, de uma forma segura e até alegre, expressar-se como sempre quis. Em que nada relativo aos corpos com que as pessoas nasceram ou àquilo que escolheram fazer com eles - a forma com os vestem, como os decoram, ou como os alteram ou aumentam - fizesse com que se rissem delas, ou que se fizesse deles alvos, ou que de alguma forma os privasse dos seus direitos. Consegues imaginar um mundo assim?"

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